Viver sem ler é perigoso.

Resenha || Gardens of The Moon de Steven Erikson



  Título da Série: The Malazan Book of the Fallen
  Título do Livro: Gardens of The Moon (livro 1)
  Autor: Steven Erikson
  Editora: Tor Books
  Páginas: 494
  Ano de Publicação: 2009
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  Recomendo também: Resenha do INtocados e do Dragonmountbooks

Sinopse “The Malazan Empire simmers with discontent, bled dry by interminable warfare, bitter infighting, and bloody confrontations. Even the imperial legions, long inured to the bloodshed, yearn for some respite. Yet Empress Laseen's rule remains absolute, enforced by her dread Claw assassins.
For Sergeant Whiskeyjack and his squad of Bridgeburners, and for Tattersail, surviving cadre mage of the Second Legion, the aftermath of the siege of Pale should have been a time to mourn the many dead. But Darujhistan, last of the Free Cities of Genabackis, yet holds out. It is to this ancient citadel that Laseen turns her predatory gaze.
But it would appear that the Empire is not alone in this great game. Sinister, shadowbound forces are gathering as the gods themselves prepare to play their hand.....”


Com uma lista enorme de títulos de fantasia espalhados pelo mundo, poucos nomes conseguem alcançar o que Steven Erikson e Ian C. Esslemont criaram. Um plano ambicioso, difícil, mas compensador. Juntos os dois arqueólogos criaram um mundo inteiro e enorme com diversas culturas e milhares e milhares de anos de história. Diversas raças e um sistema de magia tão complexo que lendo o primeiro livro ainda não somos capazes de compreender sua natureza por completo (mas que mesmo assim nos fascina com sua genialidade). Certamente a série dos livros de Malazan levaram a denominação de “épico” a um outro patamar.

“Ganoes and the commander returned their attention to the riot in the Mouse. Flames were visible, climbing through the smoke. ‘One day I”ll be a soldier,’ Ganoes said. The man grunted. ‘Only if you fail at all else, son. Taking up the sword is the last act of desperate men, Mark my words and find yourself a more worthy dream.’ [...] ´The world,’ Ganoes said, ‘doesn’t need another wine Merchant.”
*Whiskeyjack e Ganoes Paran (doze anos) olhando para Mouse Quarter da Malaz City. Trecho retirado do prólogo do livro.

Gardens of the Moon (Jardins da Lua), que será publicado no Brasil pela Editora Arqueiro, é o primeiro livro de uma série de dez livros (isso mesmo, DEZ LIVROS!) escritos pelo autor Steven Erikson. O livro se inicia logo após o assassinato do Imperador Kellanved e de Dancer (seu guarda-costas) e a ascensão de Surly (comandante dos Claw, um grupo de assassinos do Império Malazano) ao poder que agora adotou o nome de Laseen. O Império Malazano, junto com seus aliados (os Moranth) busca agora conquistar as duas últimas Cidades Livres de Genabackis, Pale e Darujhistan.
Pale está em cerco há três anos protegida por uma muralha de pedras que se estendem tão profundamente que até mesmo com magia é difícil encontrar sua profundidade. Além disso temos uma fortaleza voadora (Moon’s Spawn) comandada por Anomander Rake, líder dos Tiste Andii, que protege a cidade. E enquanto isso o grupo de sapadores, os Bridgeburners, passaram os três anos minando os muros da cidade.
Tayschrenn (um mago supremo do Império) chega para liderar um ataque contra Moon’s Spawn e temos uma das cenas de luta mais incríveis que eu já li até o momento. O resultado é a morte de muitos. Os Bridgeburners agora foram reduzidos a apenas um pequeno grupo, suspeitando que existe alguém do Império que os quer mortos.
Temos também o Capitão Ganoes Paran (que foi enviado para comandar os Bridgeburners) que chega à Pale logo após o ataque e se vê em algo muito maior do que ele imaginou. Tattersail (uma feiticeira que sobreviveu à luta) forma uma aliança com os sobreviventes do nono esquadrão dos Bridgeburners (liderados por Whiskeyjack) que agora foram enviados para Darujhistan em uma missão suicida. Dois Ascendentes, Ammanas (Shadowthorne) e Cotillion (The Rope) que planejam a morte da Imperadora...

“On his dark grey shoulder-cloak was a silver brooch: a bridge of stone, lit by ruby flames. A Bridgeburner.” 
*Broche dos Bridgeburners. Trecho retirado do prólogo.

Muita informação? Sim, é MUITA informação, se você estava procurando por um livro para relaxar e descontrair, então é melhor procurar um outro. O livro não é de fácil leitura, sendo necessária atenção nos detalhes para compreender o que está acontecendo. Isso acontece porque o autor não se dá ao trabalho de nos explicar nada, deixando uma sensação de que pulamos um pedaço do livro e começamos a ler a partir do meio. E tudo isso fica mais evidente com os personagens que também não tem ideia do que está acontecendo.
Mas acredite, ao fim do livro muita coisa começará a se encaixar, respondendo algumas de nossas dúvidas (mas ao mesmo tempo criando outras hahaha). Trechos que não demos tanta importância antes começam a fazer sentido e ao fim do livro só pude falar “UAU!”.
O sistema de magia (os Warrens), apesar de confuso a uma primeira lida, é muito interessante e bem desenvolvido, porém o autor também não nos dá uma explicação exata de como ela funciona. O que me chamou atenção é que qualquer um pode usar magia, claro que existem aqueles que possuem uma maior afinidade a um determinado Warren, mas em teoria qualquer um pode usar magia. E isso causa uma série de efeitos sobre a sociedade.

Diagrama de como os Warren se relacionam.

A narrativa é feita em terceira pessoa e se dá por pontos de vistas, e devo dizer que são muitos e eles se alternam com bastante frequência sendo que tem vezes que o ponto de vista é trocado e não percebemos. Além disso o autor gosta de inserir pensamentos de seus personagens no meio da narrativa.
Quanto aos personagens, alguns são bem desenvolvidos, com suas características e ações que nos fazem ama-los e/ou odiá-los de modo que nos encontramos torcendo para que os dois lados obtenham sucesso. Outros permanecem um mistério para nós e não temos uma ideia de suas intenções, ficando apenas especulações que criamos a partir dos pontos de vistas de personagens do livro. A morte é bem recorrente no livro também (para aqueles que sofrem com George Martin sugiro se preparar emocionalmente para Steven Erikson).


“Anomander Rakes’s skin was jet-black, [...], but his mane flowed silver. He stood close to seven feet tall. His features were sharp, as it cut from onyx, a slight upward tilt to the large vertical-pupiled eyes.
A two-handed sword was straped to Rake’s broad back, its silver dragonskull pommel and archaic crosshilt jutting from a wooden scabbard fully six and a half feet long. From the weapom bled power, staining the air like black ink in a pool of water.”

É uma leitura difícil e que certamente não agradará a todos de primeira. Mas insisto que deem uma chance e leiam até o fim pois serão recompensados com uma história incrível e genial, sendo apresentados a um mundo abrangente e original com magias, dragões, deuses insanos, ascendentes e tragédias (muitas tragédias).
Felizmente a Editora Arqueiro estará trazendo para o Brasil ainda neste ano, traduzido pela Carol Chiovattto!
Fica aqui a dica de leitura da vez.


 Este post foi escrito por Fabio Otsuka.


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