Viver sem ler é perigoso.

Resenha || Kenobi de John Jackson Miller



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  Título da Série: Star Wars – Legends
  Título do Livro: Kenobi
  Autor: John Jackson Miller
  Editora/Tradução: Aleph/Fábio Fernandes
  Páginas: 528
  Ano de Publicação: 2015
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Sinopse A República foi destruída, e agora a galáxia é governada pelos terríveis Sith. Obi-Wan Kenobi, o grande cavaleiro Jedi, perdeu tudo... menos a esperança. Após os terríveis acontecimentos que deram fim à República, coube ao grande mestre Jedi Obi-Wan Kenobi a missão de proteger aquele que pode ser a última esperança da resistência ao Império. Vivendo entre fazendeiros no remoto e desértico planeta Tatooine, nos confins da galáxia, o que Obi-Wan mais deseja é manter-se no completo anonimato e, para isso, evita o contato com os moradores do local. No entanto, todos esses esforços podem ser em vão quando o “Ben Maluco”, como o cavaleiro passa a ser conhecido, se vê envolvido na luta pela sobrevivência dos habitantes de um oásis esquecido no meio do deserto e em seu conflito contra o perigoso Povo da Areia.

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Kenobi, publicado aqui no Brasil pela Editora Aleph, se passa entre os eventos do Episódio III e o Episódio IV e nos conta o que aconteceu com Obi-Wan Kenobi após ter partido para Tatooine em sua missão de entregar o filho de Anakin, Luke Skywalker, para os Lars.
A história é centrada no Oásis Pika, em Tatooine, onde Obi-Wan (agora conhecido como Ben) é um recém-chegado que deseja apenas ficar em seu canto, sem chamar atenção. Mas logo as pessoas começam a se perguntar: quem é o forasteiro misterioso cujo nome é Ben? Qual o seu passado? Que segredos ele carrega? E por que ele faz questão de se manter afastado?
Os ataques constantes de Tusken (Povo da Areia) contra a comunidade local fez com que os fazendeiros criassem o Chamado dos Colonos, liderado por Orrin Gault, a fim de combater tais ataques e manter as pessoas a salvo do Povo da Areia.


“Mas não posso me dar ao luxo de reagir às coisas como Obi-Wan Kenobi mais. Não poderei sequer ligar meu sabre de luz sem que esse gesto grite ‘Cavaleiro Jedi’ a todos ao redor. E, mesmo em Tatooine, imagino que alguém saiba o que é isso!
Então, esse será o fim. De agora em diante, por tanto tempo quanto seja necessário, vou cuidar de minha vida e me manter longe de problemas. Não posso brincar de Jedi nesse mundo e ajudar a salvar os outros mundos ao mesmo tempo. O isolamento é a resposta.”

John Jackson Miller retrata muito bem seus personagens, em especial Obi-Wan. Podemos sentir o seu sofrimento. Ele perdeu seus companheiros, seu lar e ainda carrega o peso de ter matado Anakin, considerado um irmão para ele (vale lembrar que neste ponto da história, Obi-Wan ainda não sabe que Anakin sobreviveu). E mesmo com tudo isso ele tem que se manter firme à missão que deve cumprir.
As cenas de meditação, onde ele tenta alcançar seu antigo mestre Qui-Gon Jinn, são muito bem feitas. Nelas são feitos questionamentos acerca da Força, de Anakin, e também da reafirmação de que Obi-Wan (o Cavaleiro Jedi) não existe mais. Tudo isso trabalha para nos convencer da transformação que existe do Obi-Wan que vemos no Episódio III para o Velho Ben do Episódio IV.

“Sabe, eu estou com o sabre de luz dele. Está bem aqui, nas minhas mãos. Em algumas noites, como esta, eu simplesmente me sento e fico olhando para ele, me perguntando o que poderia ter feito para ajudá-lo.
[...]
Talvez se Anakin tivesse ficado mais velho, se tivesse tido a oportunidade de ficar mais velho, ele pudesse ter encarado tudo sob uma perspectiva diferente. Mas simplesmente não era pra ser.
Se ele simplesmente tivesse dado ouvidos à razão, se não tivesse me forçado a fazer o que tive de fazer, então eu não estaria aqui, agora, me sentindo um...
Não.
Boa noite, Qui-Gon.”

Além de Obi-Wan outros personagens se destacam, em especial Annileen Calwell, dona de um comércio localizado no Oásis Pika com uma filha (Kallie) e um filho (Jabe). O desenvolvimento da personagem é muito bem feito, sendo muitas vezes ela a figura central da trama.
Já para as cenas de A'Yark, podemos entrar na visão de um Tusken e entender melhor seu ponto de vista, suas motivações, e sobre sua história e mitologia. Vemos como eles são, de fato, um povo guerreiro e como isso guia suas ações. É um personagem cinza (não completamente mal, mas também não é bom) que tem seus motivos para fazer o que faz.

GUERREIROS TUSKEN.

A ambientação também não nos decepciona. Aqui o autor mostra muito bem como é viver em um planeta distante de tudo e ainda por cima desértico. Há uma grande preocupação em obter água e a economia gira, basicamente, em torno disso. Além disso, locais com os quais já estamos familiarizados como Mos Eisley, Mos Espa e Anchorhead são citados e reapresentados para nos sentirmos familiarizados com o Universo Star Wars que conhecemos.
Não temos muitas cenas com sabres de luz, ou uso da Força, mas temos cenas de tiroteios que nos proporcionam momentos de ação ao nível Star Wars. As cenas de humor não chegam a ser hilárias, mas são bem construídas e encaixadas. John Jackson Miller conseguiu encaixar muito bem alguns elementos do gênero Western no livro.
O livro é ótimo e tem uma boa qualidade (obrigado Aleph!), e apesar de não apresentar com frequência muitas das características que estamos acostumados a ver nos filmes, ainda nos convence de que é (sim) um livro de SW. Portanto fica aqui a recomendação da vez.
Que a Força esteja com vocês!

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 Este post foi escrito por Fabio Otsuka.


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