Viver sem ler é perigoso.

Resenha || Bidu: Caminhos – e um encontro que sempre esteve destinado a acontecer



  Título da Coleção: Graphic MSP
  Título do Livro: Bidu – Caminhos
  Autor: Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrocho
  Editora: Panini
  Páginas: 80
  Ano de Publicação: 2016
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Sinopse Em Caminhos, os autores Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrocho reimaginam de modo belíssimo a forma como Bidu e Franjinha, os dois primeiros personagens criados por Mauricio de Sousa, se tornaram melhores amigos. Uma aventura cheia de problemas, surras, desvios de rota, chuva, cachorros, decisões difíceis e ternura. Mais uma edição que nasce clássica, apresentando a reinterpretação de personagens do maior quadrinista brasileiro sob a ótica de novos autores do quadrinho nacional.

Eu cresci lendo os quadrinhos da Turma da Mônica, série criada por Maurício de Sousa. A minha avó fez uma assinatura para mim e todo começo de mês eu ficava na garagem dela esperando o carteiro entregar meu tesouro; às vezes ele atrasava e eu o amaldiçoava por isso, mas quando a entrega chegava a irritação passava e eu me debruçava sobre os gibis e os lia várias vezes até o início de um novo mês. Posso afirmar que a Turma da Mônica iniciou meu gosto pela leitura.


Acredito que muitos possuem histórias parecidas e cada um ao seu próprio modo criou uma relação afetiva com os personagens de Maurício de Sousa.
Recentemente eu descobri o projeto Graphic MSP organizado pela editora Panini e sob a tutela do próprio Maurício de Sousa. A ideia é recontar a história de todos os personagens, não só os principais (Mônica, Magali, Cascão, Cebolinha e Chico Bento). Através desse projeto podemos conhecer a profundidade do Franjinha, Bidu, Louco, Piteco e muitos outros. Cada Gibi conta a história de um desses personagens. São diversos roteiristas e ilustradores que encaram essa audaciosa missão. Sim, é isso mesmo, o Maurício de Sousa não é o responsável direto pela criação, mas tudo passa pelo aval dele.
Se a primeira impressão é a que fica, a desse projeto é excelente. Capa dura e com imagens lindas, as folhas são de excelente qualidade, os traços e as cores são vívidos. A série Graphic MSP trata-se de uma verdadeira obra de arte.


Bidu: Caminhos, dos autores Eduardo Damasceno e Luis Felipe Garrocho, conta a história de um encontro que estava escrito para acontecer; independente dos caminhos escolhidos pelos protagonistas, eles estavam destinados a se encontrar. De um lado Bidu, um filhote esperto e azul, do outro lado Franjinha, uma criança inteligente e excêntrica.
Em livros, nos acostumamos a focar muito nas palavras e se o leitor não tem o hábito de ler quadrinhos, ao se ver de frente a um pode cair na armadilha de dar atenção apenas aos balões de diálogos. Em Bidu: caminhos esse erro fica ainda maior. Por ser narrada em sua maior parte pelo ponto de vista do Bidu, o gibi não possui muitos diálogos e é nessa parte que descobrimos a arte produzida pelos autores. Como contar uma história sem palavras? Observem as expressões corporais, observem o cenário e principalmente observem os olhos dos animais. Através do olhar o leitor consegue ter a nítida noção do que está acontecendo.


Bidu, um filhote que vive na rua e enfrenta cotidianamente grandes adversidades. A necessidade de arrumar um local para dormir, alimento e ao mesmo tempo escapar dos perigos da cidade, colocam-no em constante movimento. Franjinha sente que falta algo, ele quer um cachorro, mas nunca acha o certo, mas no fundo sabe que existe uma cara metade canina em algum lugar.
A arte gera emoções e nos faz refletir. Bidu: Caminhos me emocionou e me fez refletir. Atualmente eu tenho uma cachorra chamada Morgana que eu a “encontrei” quando ainda era uma filhote abandonada na rua. Ao finalizar a leitura eu percebi que ela também me encontrou, que ela superou adversidades e improbabilidades para que nossos caminhos se cruzassem. Agora vejo que o certo é dizer que eu e a Morgana nos encontramos.
Bidu: Caminhos, é uma apreciação extremamente válida. Já adianto que não é coisa de criança ou apenas elemento nostálgico. A obra me lembrou as animações da Pixar que sempre esconde algo para os adultos, aquele sentimento que só compreendemos com o passar dos anos.
Essa é a minha Bidu (Sim, para minha surpresa ela se tornou uma cavaleira Jedi).


Caso você tenha um Bidu ou uma Bidu nos conte a história de como se encontraram e quais caminhos percorreram. Se possível postem fotos nos comentários no link desta publicação lá no grupo (Facebook) do MeL.


 Este post foi escrito por Alex Almeida da Silva.


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