Game of Thrones || S06E10 - A Season Finale
Antes de qualquer coisa: que trilha sonora foi aquela do começo do episódio, hein? Que musiquinha enervante, gente! A parte que mais deixou todos nós nervosos foi justamente aquela em que não houve muito diálogo. Um trabalho maravilhoso de quem ficou responsável pela trilha sonora, vale mencionar. Você ouve e automaticamente associa ao acontecido, assim como o Casamento Vermelho ficou marcado por Rains of Castamere. Enfim, enquanto lê a resenha, que tal escutar de novo a soundtrack dessa season finale?
Infelizmente o Alto Pardal não tem tempo de se arrepender por não ter escutado a Tyrell. A Fé Militante impede a saída de todos, condenando centenas de pessoas à morte certa. Abaixo do septo, o fogo-vivo explode na cara de Lancel. A visão de Bran Stark se cumpriu.
Retornamos brevemente à King’s Landing, onde Cersei vê o corpo de Tommen pela primeira vez. Não parece tão abalada, o que não sei se foi uma falha da atriz ou a reação natural de Cersei de quem não se importa tanto depois ter sido traída por aquele que mais amava (afinal, Tommen praticamente condenou a mãe à morte quando extinguiu o julgamento por combate). Ordenou à Qyburn que cremasse o corpo do filho e jogasse as cinzas sob o que restou do Grande Septo de Baelor, pois Tommen deveria repousar ao lado do avô e dos irmãos.

O episódio se inicia com as pessoas se reunindo para o julgamento de Cersei Lannister e Loras Tyrell no Great Sept of Baelor. Aparentemente temos nobres ali, além da Fé Militante, do Alto Pardal, dos septões e septãs. Os Tyrell, à exceção de Olenna, estão todos presentes também.
O primeiro a ser apresentado perante o Julgamento dos Sete é Loras, mas ele confessa os seus crimes: ter deitado com homens, incluindo o traidor Renly Baratheon, depravação, desonestidade, libertinagem e arrogância. É perdoado com uma condição: entrar para a Fé Militante e defender a justiça dos Sete. É uma cena meio triste de se ver, levando em conta que Loras é o único herdeiro dos Tyrell (não que isso faça muita diferença depois, de qualquer forma). Ele renuncia a todas as suas pretensões e direitos de herança. Para concluir o perdão, é marcada em sua testa a insígnia da Fé Militante enquanto Mace assiste, incrédulo, e Margaery o segura, assim como tenta conter a si mesma. Aparentemente a mutilação do seu irmão não estava no script...

Assim como não estava nos planos de Cersei participar do próprio julgamento. Para assegurar que seu filho também não estivesse no Septo, o Montanha foi enviado para impedi-lo de sair de seus aposentos. Por um momento eu pensei que ele mataria Tommen... Descobrimos, aliás, que Cersei está com Septã Unella, mantendo-a presa. Deixa claro que ela não morrerá tão cedo e, enquanto esse dia não chegar, sofrerá bastante. Cersei deixa a septã aos “cuidados” do Montanha mais adiante, o que fez muita gente deduzir que ele iria estuprá-la: ainda que não sinta prazer, apenas para fazê-la sofrer. Também temos a morte do Grande Meistre Pycelle pelos passarinhos que antes eram de Varys e agora pertencem à Qyburn. Com certeza à mando de Cersei, uma forma de tirar o velho do caminho: se não era capaz de ajudar, que também não atrapalhasse.
“Mas às vezes, para introduzir o novo, o velho tem de morrer.”
QYBURN PARA GRANDE MEISTRE PYCELLE, S06E10
Como a Rainha Mãe está demorando a aparecer, Lancel é enviado à Fortaleza Vermelha com alguns dos homens da Fé Militante para trazê-la. Entretanto, enquanto os outros prosseguem no caminho, ele é atraído por uma criança que tem o claro objetivo de levá-lo a uma armadilha. Tudo arquitetado por Cersei e Qyburn. Um plano de dar arrepios e que me deixou apreensiva o tempo todo. Enfim, Lancel, atraído a um dos túneis subterrâneos abaixo do Great Sept of Baelor, é esfaqueado na altura das costelas por um dos passarinhos de Qyburn. Arrastando-se pelo chão, ele vê que está em uma vertente do túnel repleta de carregamentos de fogo-vivo. Lá no fim, como uma irônica luz no final do túnel, três velas ardem e se consomem sobre poças do fogo-vivo. É para lá que Lancel se arrasta, na esperança de conseguir apagar as velas. No septo, Margaery tenta convencer o Alto Pardal de que há algo errado, mas ele não lhe dá ouvidos e só fala da Fé e do julgamento justo dos deuses.
“Cersei não está aqui. Tommen não está aqui. Por que acha que não estão aqui? (...) Cersei conhece as consequências de sua ausência e ela está ausente mesmo assim, o que significa que ela não pretende sofrer essas consequências. O julgamento pode esperar. Precisamos sair daqui.”
MARGAERY TYRELL PARA O ALTO PARDAL, S06E10

Da Fortaleza Vermelha, Cersei assiste a tudo com um sorriso no rosto. Cruel demais até para ela. Seja lá quem for a divindade que de fato existe no universo de Game of Thrones, ela concordou comigo: Cersei não saiu impune diante da atrocidade. Tommen, consumido pela amargura, retira a coroa e comete suicídio, pulando da janela de seus aposentos. A season finale começou assim: chocando.

Quem morreu: Grande Meistre Pycelle, Tommen Lannister, Mace Tyrell, Margaery Tyrell, Loras Tyrell, Kevan Lannister, Lacel Lannister, Alto Pardal, todos os septões e septães de Porto Real (exceção à Unella, mantida em cativeiro) e a Fé Militante, além de centenas de pessoas que estavam no Septo.

Agora estamos com os Frey comemorando a retomada de Riverrun. Jaime Lannister e Bronn também estão ali, além dos filhos de Walder Frey. Após um pequeno diálogo, Jaime consegue algumas mulheres para Bronn, que se levanta da mesa e para de reclamar sobre como o Lannister sempre consegue todas as atenções. Walder Frey aproveita a oportunidade e ocupa o lugar de Bronn. A conversa que se segue, resumidamente, é sobre o Frey comemorando “suas” conquistas e depois afirmando a semelhança entre ele e Jaime: ambos são regicidas.
“Nós lhe demos Riverrun para mantê-lo. Se precisarmos vir retomá-lo a cada vez que o perder, por que precisamos de você?”
JAIME LANNISTER PARA WALDER FREY, S06E10
Retornamos brevemente à King’s Landing, onde Cersei vê o corpo de Tommen pela primeira vez. Não parece tão abalada, o que não sei se foi uma falha da atriz ou a reação natural de Cersei de quem não se importa tanto depois ter sido traída por aquele que mais amava (afinal, Tommen praticamente condenou a mãe à morte quando extinguiu o julgamento por combate). Ordenou à Qyburn que cremasse o corpo do filho e jogasse as cinzas sob o que restou do Grande Septo de Baelor, pois Tommen deveria repousar ao lado do avô e dos irmãos.
Vemos agora Samwell Tarly, ainda com a Hearthsbane, chegando na Cidadela na companhia de Gilly e seu filho. Após as burocracias de praxe, o meistre que o atende diz que ele deverá reunir-se com o Arquimeistre para discutir suas irregularidades – o fato de não ter sido indicado pelo Meistre anterior da Muralha, nem pelo “atual” Senhor Comandante Mormont, cujas mortes a Cidadela desconhecia. De qualquer forma, Sam consegue permissão para conhecer a biblioteca e, empolgado, se encaminha para lá. Gilly e o filho ficam de fora, esperando no átrio, uma vez que mulheres e crianças não são permitidas na biblioteca. Quando Sam entra no local e vê a quantidade absurda de livros, seus olhos brilham. Tipo você quando entra na Saraiva e tem grana.

Um corvo branco voa em direção à Winterfell.
Jon Snow e Melisandre estão no salão principal do castelo e o bastardo indica o local onde a família costumava sentar aos banquetes, e onde ele mesmo sentava. A conversa é interrompida pela chegada de Davos Seaworth, que, com o veado de madeira semidestruído de Shireen Baratheon em mãos, obriga a Sacerdotisa Vermelha a admitir o que fez com a princesa. É uma cena tensa, onde o Cavaleiro das Cebolas exige o direito de matar a bruxa, que argumenta com Jon os motivos para continuar ao seu lado na guerra que está por vir. Cabe ao bastardo decidir o que fazer: ele a manda embora para o Sul, e que nunca mais retorne ao Norte ou será enforcada como assassina.
“Queimou uma garotinha viva! (...) Se ordena a queimar crianças, seu Senhor é perverso! (...) Amava aquela garotinha como se fosse minha. Ela era boa, gentil e você a matou!”
DAVOS SEAWORTH PARA MELISANDRE, S06E10

A cena muda. Mais tarde, nas ameias do castelo, Jon e Sansa Stark conversam. É uma discussão acerca de quem deve ocupar os aposentos de lorde, e Jon afirma não pertencer a si, já que é um bastardo, e sim a ela, Senhora de Winterfell. Eles conversam também sobre a necessidade de confiar um no outro, sem segredos ou lutando guerras entre si. É um momento de irmãos que você não esperava ver entre Sansa e Jon, mas ali está, e ambos até brincam relembrando do lema da Casa Stark, tantas vezes proferido pelo pai.
“Um corvo veio da Cidadela. Um corvo branco. O inverno chegou.”
SANSA STARK PARA JON SNOW, S06E10

Olenna Tyrell está reunida com as Serpentes de Areia em Dorne. Após calar a boca das filhas de Ellaria Sand, sendo ácida como só a Rainha dos Espinhos sabe ser, elas vão direto ao ponto: os Lannister declararam guerra à Dorne, e Olenna quer sua vingança pelo assassinato da família. A aliança é necessária para uma vitória, para que seja cobrado o preço de sangue... De fogo e sangue, segundo Varys, que aparece logo no final da cena.
“- Cersei roubou meu futuro. Ela matou meu filho. Matou meu neto. Minha neta. Não é sobrevivência que procuro.
- Você tem razão. Me expressei mal. Não é sobrevivência que ofereço, é o que seu coração deseja.
- E o que meu coração deseja?
- Vingança. Justiça.
- Fogo e sangue.”
OLENNA TYRELL, ELLARIA SAND E VARYS, S06E10

Em Meereen, Daenerys Targaryen dispensa Daario Naharis de um modo não muito delicado. Ainda que o comandante dos Segundos Filhos diga que a ama, que quer protegê-la e acompanhá-la a Westeros, ela é categórica em recusar. Diz que chegando em King's Landing precisará se casar e não é de bom tom levar consigo um amante. As declarações apaixonadas de Daario não bastam, mas simplesmente porque ela não sente nada por ele, ao contrário do que imaginava. É o que admite depois, quando sai de seus aposentos e vai encontrar Tyrion Lannister no salão principal da Grande Pirâmide.
“Sabe o que me dá medo? Eu disse adeus ao homem que me ama. O homem com quem achava me importar. E não senti nada. Só queria que terminasse logo.”
DAENERYS TARGARYEN PARA TYRION LANNISTER, S06E10
Tyrion reforça a lealdade que tem para com a Daenerys e ela aproveita o momento para nomear o Lannister como sua Mão da Rainha, colocando no traje do anão um broche personalizado semelhante ao westerosi.

Voltando aos Frey, Lorde Walder está sendo servido durante o almoço. O salão está vazio e o velho reclama com a serviçal que seus filhos, Walder Negro e Lothar, estão atrasados para a refeição. Com o seu jeito de sempre, dá um tapa no traseiro da moça que o serve, aliciando-a.
Ele pergunta novamente devem estar os filhos, e a serviçal responde dizendo que estão ali. Walder olha ao redor e não entende muito bem, até que a moça indica o prato diante do lorde. Ele se aproxima e olha dentro da torta que estava comendo: a carne dos próprios filhos. Quem era a serviçal? Arya Stark.
“Não foi fácil cortá-los. Principalmente Walder Negro.”
ARYA STARK PARA WALDER FREY, S06E10

Em Winterfell, perto da Árvore Coração em que Ned costumava afiar a Gelo, Mindinho cumpre sua principal função na série: colocar todos contra todos e fingir que está do lado de cada um. É o que faz com Sansa, suscitando na mente da Stark um sentimento de revolta, pequeno por enquanto, quanto à possibilidade de preferirem a pretensão de Jon à sua. Ele também admite o seu maior desejo: ocupar o Trono de Ferro com Sansa ao seu lado como rainha. Sansa tenta ignorá-lo e se retira, mas a semente da discórdia já está plantada.

Agora estamos com Bran Stark, que é deixado do lado de fora da Muralha, junto de Meera Reed, pelo tio Benjen Stark. Ele diz que é o máximo onde poderá deixá-los, pois a Muralha tem propriedades mágicas e enquanto estiver de pé, os mortos jamais poderão atravessar em direção ao Reino dos Homens. Nem mesmo ele. Então vai embora mais uma vez (quem sabe o vejamos de novo na última temporada, né?).
Desde a confusão do episódio 5, com a morte de Hodor, do antigo Corvo de Três Olhos e de Verão, é a primeira vez que Bran toca em uma Árvore Coração. Meera está apreensiva, mas ele diz que agora que assumiu a posição de Brynden Rivers, precisa fazê-lo. Finalmente vemos a conclusão do acontecimento na Torre da Alegria... E confirmamos: Jon Snow é filho de Lyanna Stark e Rhaegar Targaryen. Ainda que Lyanna não afirme isso em momento algum, fica subentendido especialmente quando a câmera foca no rosto do bebê, e logo em seguida a cena corta para o rosto de Jon.

Jon está no salão principal de Winterfell. Sansa senta ao seu lado. Os nortenhos estão reunidos, misturando aqueles que atenderam ao chamado dos Stark e aqueles que o ignoraram. Todos estão hesitantes diante de seguir Jon e lutar ao lado dos selvagens, e não é o bastardo, tampouco Sansa, que os convence do contrário... E sim a pequena Lyanna Mormont, que com seu pulso firme relembra as vergonhas e deslealdade das Casas ali presentes, conseguindo converter Lorde Glover, Lorde Manderly e Lorde Cerwyn à causa Stark. Uma garota que não deve ter nem doze anos envergonha três senhores experientes. Isso foi sencacional. Sansa ouve o discurso da Mormont com um pequeno sorriso no rosto. A cena relembra a season finale da primeira temporada: os homens enchem o salão com seus gritos de “THE KING IN THE NORTH!”, enquanto erguem a espada em direção a Jon Snow.

Em King's Landing, Cersei está sendo coroada na Sala do Trono. Aparentemente nomeou novos membros para sua Guarda Real, pois eles a acompanham enquanto a Lannister se dirige ao Trono de Ferro. Qyburn repousa uma coroa em sua cabeça e a nomeia a Primeira de Seu Nome, Rainha dos Ândalos e dos Primeiros Homens, Protetora dos Sete Reinos. Nota-se que Qyburn utiliza o broche da Mão do Rei, e que validade tem a nomeação por parte dele e sem a presença de qualquer septão, eu desconheço. Jaime, que retornou de Riverrun naquele momento, observa a cena com um olhar que diz que algo ali dentro mudou para sempre. E não tem volta.

O final do episódio é todo de Daenerys. Sua frota é filmada e vemos velas com os símbolos dos Targaryen, Greyjoy e Martell. Apesar de muita gente ter dito que Varys se "teletransportou", pois estava em uma das embarcações com Daenerys sendo que antes havia aparecido com as Serpentes de Areia, eu acredito que não foi exatamente isso. Afinal, os navios dos Martell estão ali também: Dorne não enviaria sua frota para Meereen apenas para que retornasse em direção à Porto Real em seguida. Não. Daenerys está próxima da costa westerosi com todo o seu exército, três dragões e na companhia de pessoas com sede de ódio da mesma mulher que, sentada no Trono de Ferro, ouve as pessoas desejarem que tenha um longo reinado... Que não será tão longo assim.

Se segura, Cersei. Fire and blood is coming.

Gente, esse episódio teve 1h e 10min de duração. Levando em conta que a resenha foi detalhada, ficou extremamente longa. Há um milhão de considerações que eu amaria fazer, mas ficará para o próximo post. Só posso dizer que esse foi o episódio mais sensacional da série, ao lado do último, e que foi a melhor season finale da minha vida.
Quero finalizar com uma observação pertinente: Cersei conquistou sua coroa através do poder. Daenerys, pelo medo. Jon Snow, pela confiança de seus homens.
Até a próxima!
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