Viver sem ler é perigoso.

Me Livrando 17: Tubarão, a origem de seus temores


     Se eu pudesse usar uma palavra para definir a leitura de Tubarão,, provavelmente seria "surpreendente". Eu não estou brincando. Quando/como eu iria imaginar que acabaria amando um livro que nada tem de fantasia épica? Isso aconteceu quando li Tubarão e está acontecendo novamente na leitura de Noiva Fantasma. Às vezes é bom sair da zona de conforto - e eu não poderia estar mais feliz por ter escolhido sair da minha.




Tubarão (Jaws no original) é uma obra de 1974 do autor Peter Benchley (foto ao lado). Em sua nova edição publicada agora em 2015 pela DarkSide Books, você tem a opção de comprá-lo em brochura ou capa dura. É um livro com 276 páginas de pura adrenalina e tensão. Confira os valores da edição clássica e da edição especial. Encontre-o: Skoob || Orelha de Livro || Goodreads.

Exemplares (brochura e capa dura) cedidos em parceria com a editora.




           Eu não sei vocês, mas fico super feliz de finalmente poder encontrar alguém para culpar pelo meu pavor por tubarões. Quero dizer, além do Steven Spielberg, claro. Peter Benchley, o outro culpado, escreveu sua obra por conta da paixão de infância que tinha pelas criaturas. Na nota de introdução do livro escrita em 2005 vemos que ele se arrependeu de ter retratado os tubarões do jeito que retratou: como animais impiedosos e cruéis, que atacam deliberadamente qualquer coisa que se mexa sempre na intenção de matar. Para que você prossiga e se delicie com a aventura, no entanto, sugiro que acredite na lenda do tubarão-monstro.



           Então vamos lá. Em Tubarão, você tem uma pequena cidade chamada Amity, com população de mil pessoas - que nos meses de férias pula para dez mil. Eles basicamente sobrevivem da movimentação intensa que há na cidade durante o verão: são dois meses que definem como será o resto do ano, sobrevivendo da renda que os ricos veranistas circulam naquela época. Aqueles sessenta dias são cruciais para todos. As famílias ricas têm de ir para lá, têm de alugar as casas de veraneio, têm de fazer as engrenagens da cidade girar. Então o tubarão chega.
           Ninguém sabe como ele foi parar ali, ou porque decide permanecer por tanto tempo. Mas ele o faz e começa seus assassinatos em série. Tudo que se move e lhe atrai a atenção é objeto de ataque: a primeira vítima é uma moça, seguida por um garotinho e um homem. Obviamente não para por aí. O livro dedica-se ora a mostrar o desespero para acobertar os ataques e manter a fama da cidade intacta para que atraia turistas, ora a nos fazer vivenciar a aventura que é capturar aquele maldito tubarão. Eu li o livro durante a semana de provas e não consegui parar até que alcançasse a última página.
           Se você assistiu ao filme e pensa que é igualzinho ao livro, não se engane: a obra não se trata apenas de uma perseguição enlouquecida a uma máquina mortal. Não, vai além: temos o oceanógrafo Hopper, o chefe de polícia Martin Brody e o maluco Quint envolvidos em tramas ainda maiores, em contato com personagens como a esposa de Brody, Ellen; o misterioso prefeito de Amity, Larry; e por fim Harry Meadows, que trabalha para o jornal. Há mais personagens, mas eu considero os citados como os mais importantes para a trama - que, aliás, tem até envolvimento de máfia.


 
Respectivamente: edições limitada/especial e clássica. Clique para ampliar.

           Minha opinião sobre Tubarão é: Benchley foi um escritor genial. Ele conseguiu pegar uma premissa interessante (do tubarão assassino) e encaixar numa trama de acontecimentos interligados e racionais. Sua narração sob o ponto de vista do tubarão é instigante, mostrando que o animal é tão cruel que sua crueldade pode ser confundida com inteligência sinistra. As subtramas que se dividem diante da principal são igualmente curiosas, eu só achei que ele poderia ter desenvolvido melhor a questão da máfia. Sobre a diagramação da Dark, sem decepções (o que não é novidade). Não encontrei erros de tradução e há imagens do filme entre as páginas dos livros. Fiquei apaixonada.
Os olhos não enxergavam no escuro e os outros sentidos não emitiam nada de extraordinário ao cérebro pequeno e primitivo. O peixe deveria estar dormindo, exceto pelo movimento ditado por incontáveis milhões de anos de continuidade instintiva: à falta de uma bexiga de flutuação, comum a outros peixes, e de aletas móveis para liberar a água carregada de oxigênio por entre suas guelras, ele só sobrevivia caso se movimentasse.


Ellen Brody trai o marido com Matt Hopper, que é irmão de um ex-namorado da época em que Ellen ainda frequentava a alta sociedade (ao se casar com Martin Brody, ela basicamente decretou sua "morte social";
Larry foge de Amity após correr riscos com seus sócios - ou a máfia - porque fechar as praias, decisão que precisou ser tomada por Martin, arruinou a economia da cidade (e a sua também);
Hopper é devorado pelo tubarão quando insiste em mergulhar numa gaiola para filmá-lo e fotografá-lo;
Quint morre afogado junto com o tubarão.


Avaliação final:





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