Viver sem ler é perigoso.

[Artigo] Entre câimbras e olhos cansados



     Oie,! Celly aqui. Hoje temos um convidado especial no blog, que já teve uma coluna no MeL por um tempinho: é o Matheus Vasconcelos, ou simplesmente MathVas. Seguindo o ilustríssimo M. A. Iora, que estreou a coluna, Math estará aqui agora para a segunda postagem nela. Espero que gostem! Bem-vindo à casa, Math!


           Dos símbolos em paredes de cavernas, do papiro na Antiguidade às máquinas de escrever do século XX. O fato é: o modo como a escrita ou qualquer outra forma de comunicação por símbolos foi desenvolvida com o passar do tempo, até chegar aos modernos computadores e tablets, facilitou nossas vidas. Porém, não mudaram nosso modo de escrever e nos expressar.
           Talvez o que gere dúvida no jovem autor entre o meio de escrever seu livro, sua frase, poema ou um simples texto é a facilidade. Então surgiu uma pergunta entre os comentários de um dos meus artigos: escrever a mão ou digitar?
           Para responder essa pergunta, de forma pessoal, e claro, para tentar tirar dúvidas das pessoas que ficam entre essas duas formas de escrita, mostrarei pontos positivos e negativos de ambos os casos.
           Escreve-se há muito tempo a mão. Não é nenhum segredo que grandes obras, clássica e até modernas como Harry Potter, foram escritas entre as cãibras e as fadigas de cinco dedos. Na verdade hoje em dia conheço escritores que preferem escrever a lápis e papel à digitar no computador. Eu inclusive prefiro escrever certas coisas de meu livro manualmente com uma lapiseira, uma folha de caderno e uma boa luz iluminando toda a criatividade que eu boto no espaço em branco.


Suaves curvas e o som do arrastar da tinta no papel. Sublime.

           E o primeiro ponto positivo está aí. Ao escrevermos em folha de papel, com as costas curvas em um momento sublime, entramos em maior contato com nossa própria criação. Quão bom é você esperar o sol sumir no horizonte, e ver as primeiras estrelas aparecerem para enfim poder ligar aquela sua lamparina diante de uma mesa repleta de papel, borracha e lápis. É um momento único. Temos o grande contato entre o seu eu escritor e sua obra e criação. Conversamos com os grafites redigidos em linhas azuis dos cadernos (Tilibra, rs). Dos traços que formam o mapa do seu mundo, que o faz saber exatamente onde está seu personagem principal. Aquela xícara de café, as horas passando e sua mão doendo de tanto escrever. É uma sensação ótima, apesar do trabalho árduo (que realmente cansa, o que é um pouco negativo). Mas é recompensador...
           Eu particularmente escrevo nas madrugadas adentro textos das “histórias antigas” de meu maravilhoso mundo. Crio trechos sobre a construção de cidades, de raças e de culturas...


Ou o tec-tec de dedos rápidos e fluidez das ideias na tela. Hipnotizante.

           Mas é no teclado que realmente eu prefiro escrever uma prosa tão longa quanto um livro. O fato é simples, ao abrir o popular editor de textos Word e começarmos escrever, a parte da revisão é bem mais fácil do que ficar passando a borracha inúmeras vezes fazendo aquela sujeira que sua mãe tanto odiava quando você estava no fundamental. A própria escrita é mais rápida ao digitar, suas ideias fluem melhor e sua caligrafia sempre será legível. Basta selecionar parte do parágrafo ou da frase e apagar para depois reescrever. Ou voltar dois, três espaços para trás e consertar aquela palavra errada. E também adoro aquele som de dedos teclando na velocidade da luz por um impulso criativo que às vezes temos sempre quando estamos inspirados. Por outro lado a vista cansa, o fácil delete em péssimos momentos, as costas doendo entre um capítulo e outro, as distrações diárias como as rede sociais e o que deixa todo escritor irritado... Quando a luz acaba e nada foi salvo.
           Para um livro longo, como o meu, de uma complexidade grande na trama de personagens que se interligam, eu optei pelo teclado e computador. Porém, nunca deixei de complementar a escrita com os manuscritos que às vezes redijo e crio nas madrugadas sem sonos e repletas de ideias. Realmente é de exímia importância para que eu consiga me coordenar na história, pois como disse, pelo papel e lápis, o contato com sua criação é bem maior, o que facilita toda sua localização e ordena sua história (como fazer roteiros para os capítulos).
           Não importa que seja pelo meio tecnológico ou pelo velho modo. Se você sentar, concentrar-se e usar sua cabeça cheia de ideias, seja onde for, você escreverá parte de você mesmo. Você fará sua marca, seu modo de escrever. E não será um teclado que irá mudá-lo.
           Então pegue aquele café preto, sente-se em sua cadeira, olhe para a tela do computador ou para a folha em branco na sua frente e comece a escrever sua história, pois estou ansioso para poder lê-la.




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