Viver sem ler é perigoso.

No Jutsu 03: Lendo meu primeiro mangá - Fruits Basket




Título do mangá: Fruits Basket
Mangaka: Natsuki Takaya
Tem anime? Sim, 23 episódios, mesmo título do mangá.
Status do mangá: 1999 - 2006 pela revista Hana to Yume, editora Hakusensha no Japão. Publicado pela Editora JBC no Brasil. Foi finalizado com 136 capítulos, em 23 volumes.
Status do anime: Anime com uma temporada de 23 episódios de 20 minutos cada, em 2001.
Gêneros: Shoujo, Comédia, Drama, Harém, Romance, Psicológico, Sobrenatural, Vida Escolar.
Onde encontrar o mangá: Distribuído e licenciado pela Editora JBC, clique aqui para acessar o site.

Para entender mais sobre as classificações de gênero, clique aqui.


Há muito, muito tempo atrás, Kami-sama disse aos animais: ‘Amanhã irei dar um baquete. Não se atrasem.’ Após ouvirem as boas novas, o rato que gostava de travessuras contou ao seu vizinho, o gato, que o banquete iria ser só depois de amanhã. ‘Você pode ir, certo gato?’ ‘Hmmm, sim, obrigado por me avisar, rato.’ No dia do banquete, o rato foi de carona nas costas do boi para chegar primeiro. Seguiu-se o boi, daí o tigre, e todos os demais. E então celebraram o banquete até a manhã seguinte. Exceto pelo gato que foi enganado...

Descrição da história do mangá Fruits Basket pelo site da Editora JBC:
Fruits Basket é o nome de uma brincadeira muito popular no Japão, em que a cada pessoa é atribuído o nome de uma fruta e ela deve achar seu par. Mas, neste mangá, os participantes não são frutas, mas sim garotos que se transformam em animais do horóscopo chinês e uma garota que parece não se encaixar bem em lugar nenhum. Ela é Tohru Honda, uma colegial que se viu sozinha no mundo depois que sua mãe morreu. Sem casa e sem ninguém para lhe fazer companhia, ela vai morar em uma barraca e acaba conhecendo os garotos da família Souma. E depois de se aproximar deles, acaba descobrindo seu grande segredo: os membros da família se transformam em animais quando estão fracos ou são abraçados por alguém do sexo oposto. É a Maldição do Horóscopo Chinês! E no que vai dar esse encontro entre uma família com uma estranha maldição e uma garota sozinha mas muito esforçada?


Sou suspeita para falar desse mangá, pois tenho um carinho especial por ele. Fruits Basket, ou como é chamado Furuba, foi o primeiro mangá shoujo que li, em meados de 2002/2003. Antes disso, eu só assistia animes num canal da extinta DirecTV chamado Locomotion, que passava animes tanto dublados quanto legendados. Com a influência da televisão, eu resolvi investir e ler mangás. A internet era nova ainda, e eu pouco sabia da cultura oriental, e quase nada de mangás. Foi um achado em uma banca do shopping da minha cidade. Me surpreendi, ri muito, e adorei de cara. Foi minha sina.
Com o primeiro volume do Furuba em mãos, a primeira coisa que fiz foi abrir o livrinho. Para minha surpresa na folha estava escrito algo como: “Pare! Você começou lendo pelo lado errado!”. Já comecei o mangá lendo errado, como se fosse uma estória em quadrinhos comum. Virei o livro, fui até a última folha e vi escrito “Sim! Esse é o lado certo.” – Olha só, que prestativo! – pensei. O sentido da leitura também é invertido, ou seja, do primeiro quadrinho superior da direita para o da esquerda. Realmente, seria uma leitura muito diferente da que eu estava acostumada. O mangá é dividido em cinco capítulos, num todo de 180 páginas aproximadamente. No Japão, revistas como Hana to Yume, Weekly Shonen Jump, etc, publicam um capítulo por vez de cada obra, podendo ser semanais ou mensais, contendo mais de um mangá nessa revista. As editoras brasileiras os separam em livros, para a alegria do leitor.

As revistas Weekly Shonen Jump e Hana to Yume – as traduções demoram pra vir para o Brasil.

Voltando ao Fruits Basket, ele se revelou ter tanto uma história de sobrenatural quanto de drama e comédia. Já na primeira página do primeiro volume, nos damos de cara com um desenho de uma garota sorridente nos dizendo que o dia está lindo. Essa garota é Tohru Honda, uma colegial que está vivendo em uma tenda em um terreno aparentemente vazio. No caminho da escola, ela se depara com uma casa grande perto de onde está armada sua tenda, e na varanda dessa casa, uma coleção de animais em miniatura está em exposição.
Esses animais são a representação do Zodíaco Chinês, os doze animais dos signos Chinês: Rato, Boi, Tigre, Coelho, Dragão, Serpente, Cavalo, Carneiro, Macaco, Galo, Cão e Porco... exceto o Gato, que não faz parte dos doze signos, pois foi enganado. O enredo da história se desenrola em torno de uma maldição imposta à família que mora nessa casa, o Clã Sohma (ou Souma, como traduzido pro nosso tupiniquim), e que quando os membros dessa família são abraçados por alguém do sexo oposto, se transformam em um dos animais do zodíaco chinês.

Cena do primeiro episódio do anime: Yuki e Shigure descobrindo Tohru e sua tenda.
À primeira vista, parece ser um enredo bobo e infantil – pessoas que se transformam em animais – mas o desenrolar do mangá vemos tanto comédia quanto drama em torno dessa premissa. O sobrenatural é um peso para todos os membros amaldiçoados, em maior ou menor grau, e que interfere na vida pessoal de cada um. Tohru fica a par desse segredo do clã Sohma, e vai se enredando cada vez mais em algo que não é da sua conta. O romance, marca registrada do clichê de shoujos, é leve e natural, e o ápice da história nos volumes finais.
Embora Fruits Basket seja um shoujo, e Tohru Honda a mocinha da história, o desenvolvimento dos personagens é bem feito e não se baseia somente em Tohru, outros personagens são inseridos e acompanhamos como se relacionam entre si. São personalidades bem distintas, mas encontramos alguns clichês. Tohru Honda é bonita, esforçada em tudo o que faz, alegre, inocente e avoada, mas com um bom coração e um grande entendimento do sofrimento humano. Ela passa a viver com os Sohmas, junto com Yuki, Kyo e Shigure. Yuki Sohma sendo o garoto popular e lindo do colégio, calmo, bom ouvinte e sensato; Kyo Sohma outro garoto popular, mas mal humorado, nervoso, que também faz sucesso com as garotas, embora não ligue para isso – Kyo só quer mesmo se vingar de Yuki. Shigure é o adulto que se mostra imaturo, mulherengo e esperto. Por acidente, Tohru acaba descobrindo o segredo dos Sohmas.

Tohru é desastrada sempre nessas horas - esbarrou em Kyo, o gato, Yuki, o rato e em Shigure, o cão.
Vejam bem – tudo o que estou relatando está inserido somente no primeiro capítulo – já se percebe que a história é bem rica e densa. O desfecho do mangá é perfeito, lindo e faz as glândulas lacrimais incharem. Só fiquei triste porque parece que encerra rápido demais. Pena, dá aquele sentimento de abandono – esse é um dos mangás que me fez ser tão exigente para outros do mesmo gênero. Cuidado, pois é alto o nível de vício.


Eles voltam ao normal depois de um tempo. Mas como vieram ao mundo. Haha :D
O anime está disponível para visualização online por fansubs e legendado, e como só tem 23 episódios, só cobre partes do mangá. Como eu mencionei nos meus posts antigos, geralmente o anime serve como uma propaganda e premiação para mangás que têm boa aceitação e venda no mercado. Pessoalmente, eu me inclino mais para o mangá, com certeza. Desculpe dizer, mas o anime de Furuba é mais lento e cansativo, a arte é mais pobre e se perde muita coisa da obra original em questão de enredo e comédia. Mesmo assim, eu assisti até o final e gostei.
            Finalmente, a análise em imagem do mangá de Fruits Basket. Espero que procure ler, pois é um dos shoujos mais bem escritos e desenvolvidos. Quer começar a ler shoujos? Comece por esse. Se você já leu, sabe do que estou falando.






Você também pode gostar:

0 comments