Viver sem ler é perigoso.

Resenha || Social Killers: Amigos Virtuais, Assassinos Reais


  Título do Livro: Social Killers - Amigos Virtuais, Assassinos Reais
  Autor: RJ Parker e JJ Slate
  Editora/Tradução: DarkSide Books/Lucas Madgiel
  Páginas: 272
  Ano de Publicação: 2015
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  Livro cedido em parceria com a editora.
  

Sinopse “Social Killers – Amigos Virtuais, Assassinos Reais é um livro assustadoramente verdadeiro. Seus autores, RJ Parker e JJ Slate, reúnem alguns dos casos mais angustiantes de criminosos que usaram as redes sociais para se aproximar de suas vítimas. Stalkers, predadores sexuais, assassinos, canibais, torturadores. A lista, infelizmente, não é pequena. E novas solicitações de amizade continuam chegando a cada dia.
Parker e Slate deixam claro que esse não é um fenômeno novo. Muito antes da internet, criminosos usavam classificados de jornal para descobrir e atrair suas presas. Mas o anonimato da web permite que cada vez mais lobos usem roupas de cordeiro nas suas fotos de perfil.
Mas existe luz no fim do túnel. Analisando mais de trinta casos famosos, os autores demonstram como as forças da lei estão usando, com sucesso, as novas ferramentas de comunicação para investigar e prender foras da lei e desmantelar quadrilhas. E ainda ensinam dicas de segurança. Social Killers – Amigos Virtuais, Assassinos Reais é um alerta para todos nós, que passamos tanto tempo conectados.”



           Social Killers: amigos virtuais, assassinos reais é um livro fascinante em termos de temática. Afinal, é essa a era em que vivemos: século XXI, onde você passa mais tempo sentado diante do computador ou com a cabeça inclinada sobre o smartphone do que no mundo real. Eu estive por algum tempo neste grupo, acredito. Talvez ainda esteja, embora me esforce para sair dele. Como tenho o blog, fica inviável me desligar da vida online, mas eu tento, né?
          Porém... Há muita gente que continua na armadilha. O número de pessoas que passa o dia inteiro em redes sociais é cada vez maior. Se nem mesmo os mais velhos escapam da ludibriação que a vida online pode provocar, imagina as jovens? Cansei de ser assediada no inbox com textos lindos que deixariam as mais ingênuas completamente apaixonadas. Todas as vezes me pergunto: quantas devem cair nesse papo? Quantas não devem sair com esse cara que as ganha assim, enviando poemas de amor? Depois que li Social Killers, também me faço outra pergunta: quantas ele tentou matar – ou já matou?
         Pode parecer uma pergunta absurda, mas não deixa de ser plausível. Você pode rir agora, mas talvez tenha estado perto de se tornar uma das vítimas que são apresentadas no livro – e até hoje nem se deu conta. Quantas vezes você foi assediado(a) ? Quantas vezes foi convidado(a) para sair por um completo estranho? E se tivesse aceitado? Tudo poderia dar certo, verdade. Mas a gente nunca sabe...

Há quem passe a vida inteira na internet. São pessoas que se entregam de tal forma à vida virtual que já não conseguem distinguir o que é real do que não é. Geralmente carecem de habilidades sociais e gostam de se esconder atrás do anonimato da internet. Alguma se tornam até um perigo para aqueles que não têm o cuidado de resguardar suas informações pessoais. Quando se rompe a linha entre a realidade e a fantasia, ninguém sabe o que pode acontecer. 
           Esta citação aparece em um dos casos, cujo assassino chama-se David Heiss. Um adolescente aparentemente normal fã de Star Wars, Metallica e participante de um fórum sobre o jogo Advance Wars, o mesmo administrado por Matthew Pyke e sua namorada Joanna Witton. David não soube diferenciar o que vivia online de sua vida real. Conforme passava mais tempo conectado, apaixonou-se por Joanna e passou a enviar mensagens assediando a moça. Mesmo que ela deixasse claro que não queria nada, ele não parou. Um desrespeito aos limites que tentamos impor todos os dias em situações semelhantes. Ela não o denunciou. Talvez você, mulher, sinta o mesmo: ela teve medo de que as coisas piorassem se o fizesse.
           David, cada vez mais obsessivo, descobriu o endereço do casal na Inglaterra e saiu da Alemanha para visitá-los em Nottingham duas vezes em 2008. De volta ao forum, quando as investidas se tornaram mais insistentes, Joanna recomendou que ele fosse ao psicólogo e passou a ignorá-lo. Foi o suficiente. Dois dias depois de ser completamente ignorado, David já estava voltando para Inglaterra. Esperou Joanna sair de casa, tocou a campainha e esfaqueou Matthew 68 vezes.
           Aí veio algo bizarro que parece bastante comum nos casos citados no livro: David tentou alegar legítima defesa. Como assim? Para quem cursa Direito ou tem o mínimo conhecimento de Direito Penal, sabe o quanto isso soa hilário e incoerente.
Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. (Código Penal – art. 25)
           É, David. Não tem nem como defender você, especialmente se opta por utilizar uma desculpa dessas. Não colou. Ficou provado que Matthew não atacou David com uma faca – como o assassino alegou – e ele foi sentenciado a 18 anos de prisão antes de ter direito à liberdade condicional.



           O livro é repleto de casos assim protagonizados por indivíduos aparentemente normais. Fãs de Star Wars e Dexter, fanáticos religiosos, pessoas procurando por companhia para conversar e passar o tempo, pretensas mães em grupos relacionados a bebês. Normalmente você não desconfiaria deles, e é exatamente por isso que devemos ter cuidado com quem conversamos na internet. Nem sempre as pessoas são o que dizem ser.


           Minha opinião sobre Social Killers éO livro é fascinante. Tem uma qualidade gráfica que é comum da DarkSide. Se teve erros de tradução, não os encontrei – nem de revisão. Há uma introdução que nos remete ao livro Serial Killers – Anatomia do Mal, apesar de os autores serem diferentes. Achei isso bem legal porque entrei num assunto que já conhecia, então aqui fica a dica: leia Anatomia do Mal antes. Assim começará Social Killers já situado na abordagem do livro. Enfim, agora sobre a narração: ela é bem elucidativa. A intenção não é narrar uma história, e sim deixá-lo por dentro de cada caso, o que é feito com excelência. Se de alguma forma o livro mexeu com meu psicológico, eu sei que foi uma leitura que valeu a pena.



           Sobre a edição: São 272 páginas que devorei em 2 dias. Não sei dizer exatamente de que material é feita a capa dura, mas ela reluz. Sério! As fotos de divulgação não dão qualquer pista sobre, mas a parte cinza é reluzente eu adorei isso. Sobre a folha de rosto, é revestida de vários QR codes coladinhos. As folhas são amareladas, o espaçamento é satisfatório e em cada novo “capítulo” – ou seja, a cada novo caso – há um QR code diferente. Eu baixei o aplicativo leitor do código no meu celular e descobri que eles o direcionam a uma página interna da DarkSide Books com fotos pertinentes ao caso – claro, sem brutalidades. Não vi todos, mas a maioria estava OK e achei um recurso interativo inovador. Adorei.




Livros da coleção Crime Scene da DarkSide Books: Serial Killers – Anatomia do Mal || Arquivos Serial Killers – Louco ou Cruel? || Arquivos Serial Killers – Made In Brazil || Manson, a biografia || Social Killers – Amigos Virtuais, Assassinos Reais
           





     

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