Me Livrando 04: VERME! #celebreoqueénosso
Dedico essa resenha a meus amigos da Toca do Lobo, em quem não consegui parar de pensar durante um segundo sequer enquanto lia o livro.

Autor: Jim Carbonera
Editora: Boêmia Urbana
Páginas: 200
Ano: 2014
Onde comprar: Livraria Cultura || Sebo Figura de Linguagem || Livraria Pandora
Entre o fictício e o real, Rino Caldarola narra em primeira pessoa suas desventuras e desatinos em Porto Alegre, sua cidade natal. Inconformado pela escassez de inspiração e à procura de um lugar ao sol no cenário literário brasileiro, o protagonista é o reflexo das desilusões e dos anseios que atormentam uma sociedade cada vez mais conturbada e contraditória. Com uma narrativa insolente e exasperada, Rino constrói e defende seu espaço pessoal utilizando-se de ironia, arrogância e de um erotismo cru. Busca desvencilhar-se de sua mãe coruja e do seu bairro que outrora fora de classe média, mas agora se elitiza em nome do progresso. E, principalmente, luta para desembaraçar sua paradoxal maneira de pensar e ver o mundo.
O protagonista desta história é Rino Caldarola, um homem normal. Beirando os 30 anos, ainda mora com os pais e a irmã em Porto Alegre, não tem emprego e sustenta suas cervejas e cigarros com o dinheiro do aluguel de seu apartamento. Não tem uma religião definida, é revoltado com a situação política atual, nem um pouco elitista, gosta de fumar de madrugada e ama escrever (gente como a gente: no momento do livro está passando por uma crise séria onde não consegue transpor nada para o papel). Seu sonho? Ser reconhecido pelo que escreve. Talvez Rino lhe pareça uma pessoa amargurada e negativa, mas você está errado. Ele não é cruel, a realidade sim... Rino apenas não sente a necessidade de maquiá-la, é sincero e honesto, não se preocupa em agradar com falsas palavras nem finge sentir o que não está sentindo.
Quando se trata do corpo feminino, somem os palavrões (que são muitos) de sua boca e ele torna-se o mais exímio poeta. O que chama atenção são as analogias que realiza com os órgãos sexuais, você se diverte bastante. Como fica óbvio para qualquer leitor, ele é amante das mulheres, reconhece suas singularidades e ama apreciá-las, ama fazer sexo. Não tem relacionamento sério fixo - mas durante o livro duas mulheres marcam sua vida: a índia Cauana e a jornalista e hipocondríaca Diana. Conhecemos também seus amigos, como o Canastrão e a "bicha" (assim chamada por Rino) Pedroca. Frenquentam pubs, barzinhos, os shoppings de PoA, lugares que talvez pareçam bem familiares a você... Afinal, são pessoas reais. Nada de viagens extravagantes ou cenário de conto de fadas. Só os locais comuns que a gente costuma frequentar no dia a dia, o que é mais um atrativo para a história. Deixou-me com uma intensa vontade de conhecer cada esquina mencionada por Carbonera e que de fato existe lá em PoA.
Ainda como um homem normal, Rino passa por algumas situações no mínimo constrangedoras. Adquire herpes e hemorroida (!), mas com a orientação necessária, se trata. Não deixa isso complicar ou parar sua vida. Continua bebendo, fumando e dormindo com Diana. Continua indo aos shows da banda Quartel de Cerveja, acompanhando-os até mesmo nas cidade do interior. Tenta escrever, mas na maioria das vezes não consegue como já citado (o que achei bem familiar, na verdade). Possui uma relação no mínimo exótica com Diana, que passei a admirar e estranhar ao mesmo tempo. O livro termina de forma tão singela com os dois que eu sequer percebi que era o final e fiquei sedenta por mais.
Eu espero futuramente poder acompanhar Rino Caldarola outra vez, o "ogro" ruivo de cabelos compridos e barba emaranhada que sempre chama atenção das mulheres. O único ponto fraco do livro provém de desatenção do pessoal da revisão. Falhas na ortografia, plural e singular misturados... Claro que isso não ofusca a obra de Carbonera, mas é algo que tenho observado bastante em obras que li recentemente, especialmente as nacionais, que por sofrerem de certo preconceito diante do mercado literário brasileiro (amante das literaturas estrangeiras) precisam do dobro de atenção. VERME! é uma obra que você deve ler para a vida. Sempre deixo claro que amo fantasia, mas não me arrependi de ter saído da zona de conforto para me deliciar com esse livro.
Quando se trata do corpo feminino, somem os palavrões (que são muitos) de sua boca e ele torna-se o mais exímio poeta. O que chama atenção são as analogias que realiza com os órgãos sexuais, você se diverte bastante. Como fica óbvio para qualquer leitor, ele é amante das mulheres, reconhece suas singularidades e ama apreciá-las, ama fazer sexo. Não tem relacionamento sério fixo - mas durante o livro duas mulheres marcam sua vida: a índia Cauana e a jornalista e hipocondríaca Diana. Conhecemos também seus amigos, como o Canastrão e a "bicha" (assim chamada por Rino) Pedroca. Frenquentam pubs, barzinhos, os shoppings de PoA, lugares que talvez pareçam bem familiares a você... Afinal, são pessoas reais. Nada de viagens extravagantes ou cenário de conto de fadas. Só os locais comuns que a gente costuma frequentar no dia a dia, o que é mais um atrativo para a história. Deixou-me com uma intensa vontade de conhecer cada esquina mencionada por Carbonera e que de fato existe lá em PoA.
Ainda como um homem normal, Rino passa por algumas situações no mínimo constrangedoras. Adquire herpes e hemorroida (!), mas com a orientação necessária, se trata. Não deixa isso complicar ou parar sua vida. Continua bebendo, fumando e dormindo com Diana. Continua indo aos shows da banda Quartel de Cerveja, acompanhando-os até mesmo nas cidade do interior. Tenta escrever, mas na maioria das vezes não consegue como já citado (o que achei bem familiar, na verdade). Possui uma relação no mínimo exótica com Diana, que passei a admirar e estranhar ao mesmo tempo. O livro termina de forma tão singela com os dois que eu sequer percebi que era o final e fiquei sedenta por mais.
Eu espero futuramente poder acompanhar Rino Caldarola outra vez, o "ogro" ruivo de cabelos compridos e barba emaranhada que sempre chama atenção das mulheres. O único ponto fraco do livro provém de desatenção do pessoal da revisão. Falhas na ortografia, plural e singular misturados... Claro que isso não ofusca a obra de Carbonera, mas é algo que tenho observado bastante em obras que li recentemente, especialmente as nacionais, que por sofrerem de certo preconceito diante do mercado literário brasileiro (amante das literaturas estrangeiras) precisam do dobro de atenção. VERME! é uma obra que você deve ler para a vida. Sempre deixo claro que amo fantasia, mas não me arrependi de ter saído da zona de conforto para me deliciar com esse livro.
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Fiquem de olho que logo esse exemplar autografado sairá para sorteio! |

E essa é a minha avaliação final:

Se você é daqueles que, quando se depara com uma cena de insinuação de sexo em qualquer filme, tapa os olhos até acabar de escutar os gemidos, recomendo que passe bem longe dessa obra. Jim Carbonera também tem outro livro que trata de temas mais pesados, o Divina Sujeira. Tiragem esgotada (o que me deixou com ainda mais vontade de lê-lo). Em conversas informais com o autor, ele me disse algo que me chamou a atenção: o modo fiel à realidade como trata o estupro, causando repulsa e nojo no leitor.


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