Viver sem ler é perigoso.

Resenha || Crônicas de Amor e Ódio I: The Kiss of Deception


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  Título da Série: Crônicas de Amor e Ódio
  Título do Livro: The Kiss of Deception (1º livro)
  Autor: Mary E. Pearson
  Editora/Tradução: DarkSide Books/Ana Death Duarte
  Páginas: 406
  Ano de Publicação: 2016
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  Livro cedido em parceria com a editora.

Sinopse Quando se vê refugiada em um pequeno vilarejo distante – o lugar perfeito para recomeçar – ela procura ser uma pessoa comum, se estabelecendo como garçonete, e escondendo sua vida de realeza.O que Lia não sabe, ao conhecer dois misteriosos rapazes recém-chegados ao vilarejo, é que um deles é o príncipe que fora abandonado e está desesperadamente à sua procura, e o outro, um assassino frio e sedutor enviado para dar um fim à sua breve vida. Lia se encontrará perante traições e segredos que vão desvendar um novo mundo ao seu redor.


O livro conta a história de Arabella Celestine Idris JezeliaLia –, a Primeira Filha da Casa de Morringhan, que está prestes a se casar com um completo desconhecido para firmar uma aliança política.  
Estremeci só de pensar em mãos velhas e ossudas acariciando minha bochecha, ou lábios ressequidos encontrando-se com os meus. Mantive o olhar contemplativo fixo janela a fora, mas nada vi além do vidro.
- Eu não poderia ao menos tê-lo inspecionado primeiro?Minha mãe, que me envolvia com os braços, deixou-os cair.
- Inspecionar um príncipe? Nossa relação com Dalbreck já é tênue, na melhor das hipóteses. Você queria que insultássemos o reino deles no momento em que Morringhan está nutrindo a esperança de criar uma aliança crucial?
- Eu não sou um soldado no exército de meu pai.
Minha mãe se aproximou de mim, esfregou minha bochecha com a mão, e disse, em um sussurro:
- Sim, minha querida. Você é.

Lia não estava feliz de se casar com alguém que ela sequer viu e, no dia antes do casamento, combina com sua amiga Pauline uma fuga. E assim, enquanto todos esperam a noiva entrar na igreja, Lia – em seu vestido de noiva – e sua amiga estão no lombo de corcéis, matando mil sonhos, e dando vida a um.
O Príncipe Herdeiro de Dalbreck, depois de ser abandonado no altar, com seu orgulho ferido e uma genuína curiosidade de saber quem era a mulher capaz de fazer isso com ele, decide ir atrás da princesa e lhe falar “algumas verdades”. Além dele, outro homem vai atrás da princesa, um assassino contratado por Venda – o reino inimigo –, com objetivo de matá-la e acabar de vez com qualquer possibilidade de aliança entre Morringhan e Dalbreck.  
Depois de semanas fugindo, dormindo ao relento e tentando despistar possíveis perseguidores, Lia e Pauline chegam ao distante vilarejo de Terravin e começam a trabalhar como garçonetes na pousada e restaurante de Berdi – alguém do passado de Pauline. E, embora Lia tivesse bastante dificuldade com as tarefas no início, ela descobriu que aquela vida simples a fazia imensamente feliz.
Embora eu tivesse adquirido habilidade de varrer com grande facilidade, outras tarefas se mostraram mais desafiadoras. Eu tinha visto moças na cidadela virando os barris de lavar roupa com apenas uma das mãos. Achei que fosse uma tarefa fácil. Na primeira vez que tentei, girei o barril e acabei ficando com a cara cheia de água suja com sabão, porque tinha me esquecido de prender o ferrolho. Pauline fez o melhor que pôde para suprimir uma gargalhada. Pendurar a roupa para secar não se provou nenhum pouco mais fácil que lavar a roupa. Depois de pendurar um cesto inteiro de lençóis e ficar parada lá, admirando meu trabalho, um vento forte veio e soltou todos os meus pregadores, fazendo com que eles saíssem voando em diferentes direções, como gafanhotos ensandecidos.

Algumas semanas depois de Lia chegar à Terravin, dois rapazes entraram juntos na pousada de Berti e imediatamente despertaram o interesse da princesa, a grande questão é: qual deles é o príncipe e qual é o assassino?


Por um lado, The Kiss of Deception é um daqueles livros que você não consegue parar de ler enquanto não chega ao fim, você quer descobrir logo quem é quem. É um livro que tem tudo para ser um best-seller e fazer muito sucesso entre os fãs de Kiera Cass. Por outro lado, como leitora e fã de fantasia, tenho que dizer que o livro deixou bastante a desejar. Sobrou romance e faltou história, faltou deixar um pouco de lado o triângulo amoroso e nos contar um pouco mais sobre o mundo: as intrigas, cultura, religião e lendas presentes nele. A autora dá leves pinceladas sobre tudo isso, o bastante para despertar curiosidade, mas muito pouco para fazer alguém entender o que está acontecendo ou porque está acontecendo. Os personagens, embora tenham sido bem construídos, têm personalidades previsíveis. E o livro está cheio de situações sem sentido, que acontecem apenas para criar “tensão sexual” entre os personagens.
Mas, em defesa do livro, a narrativa é fluída, empolgante e um tanto poética. Os capítulos são pequenos e narrados diante das perspectivas dos personagens principais. Os capítulos do príncipe e do assassino são denominados “Príncipe”, “Assassino”, “Rafe” ou “Kaden”, nunca dando muitas pistas e deixando você sempre em dúvida sobre quem é quem. Na verdade, esse é o grande diferencial dessa história, não é um triângulo amoroso no qual a mocinha fica eternamente em dúvida sobre por quem está apaixonada, ela já sabe desde o começo quem quer, somos nós que não sabemos se ele é o assassino ou o príncipe (e nem ela, claro, ela não tem a menor idéia que um deles é um assassino e o outro é o príncipe que ela abandonou no altar, para ela, eles são apenas Rafe e Kaden).
No final do livro, por motivos de força maior, Lia começa a se aproximar do outro pretendente, e, por causa disso, eu terminei o livro pensando “só falta o próximo livro ser sobre ela se aproximando mais dele e ficando em dúvida sobre quem quer”. Mas, ainda ontem, conversando com amiga (obrigada, Thais), eu tive minhas esperanças renovadas. Ela já leu o segundo livro em inglês e falou que nele há muito menos romance e muito mais história, intrigas políticas e magia. Então, eu pretendo sim dar mais uma chance à história.




Sobre o livro: a edição da Darkside Books, como sempre, é linda. Eu me apaixonei por essa capa no momento que a vi. A capa é dura, as folhas amareladas, a fonte confortável. O livro vem com aquele marca páginas de cetim dourado, além de ser acompanhado por um marca páginas de papel e um pôster/mapa do livro. Um primor. Além disso, no início dos capítulos há passagens de canções e documentos relacionados à história e cultura do mundo. A única coisa que eu não gostei é que são usadas aspas para indicar diálogos invés do travessão, como não estou acostumada, acabou me atrapalhando um pouco.

Este post foi escrito por Alexia Bittencourt.


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