Resenha || Vampiratas - Demônios do Oceano, Justin Somper
Título da Série: Vampiratas
Título do Livro: Demônios do Oceano (1º livro)
Autor: Justin Somper
Autor: Justin Somper
Editora/Tradução: Galera Record/Alves Calado
Páginas: 303
Ano de Publicação: 2007
Sinopse “Connor e Grace Tormenta são gêmeos, e ficam órfãos depois da morte repentina do pai viúvo. Assustados, decidem fugir e enfrentar o oceano, mas uma terrível tempestade os separa. Dois misteriosos navios rumam para o resgate - cada um encontra um dos gêmeos antes de desaparecer nas brumas. Connor está em um navio pirata e rapidamente se junta à tripulação, mas Grace vai parar em um navio que só desperta quando escurece. Trancada em uma cabine na qual velas se acendem sozinhas e refeições se materializam do nada, ela não demora a perceber que está no navio dos Vampiratas. Determinados a se encontrar novamente, os gêmeos embarcam na maior aventura de suas vidas...”





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Connor e Grace Tormenta por Irulana. |
Eles são filhos de Dexter Tormenta, o bondoso faroleiro amado pela cidade. Gostam de tempestades e de se agasalhar perto do pai para ouvir histórias aterrorizantes sobre os Vampiratas. Ou pelo menos gostavam, já que não podem mais fazê-lo. Logo no primeiro capítulo Dexter Tormenta se vai, deixando um buraco nos corações dos gêmeos e uma escolha a ser feita: agora que estão sozinhos no mundo e não podem sequer ficar com o farol, para onde ir – para os braços de Loretta e Lachlan Busby, gerente do banco da cidade, ou para as garras de Polly Pagett, matrona do Orfanato Baía Quarto Crescente? Com os Busby eles teriam de tudo o que quisessem e um pouco mais, vivendo uma vida mundana e cheia de bens materiais. Com Polly... Bem, não teriam muita coisa. E mesmo que a primeira oferta se mostre tentadora, eles escolhem uma terceira que não estava planejada: caem no abraço apertado do mar, que é o mais próximo que eles possuem de um lar.
Mas nem tudo são flores. Eles se aventuram roubando o barco de seu pai, Dama da Lousiana, que havia se tornado propriedade do banco. Mas os dois ainda são jovens: têm apenas 14 anos. Apesar de conhecerem os termos da vida marinha e saberem uma ou outra coisa na prática de conduzir o barco, nada disso é páreo diante da tempestade que não tarda a arrancá-los da segurança da embarcação em direção ao fundo do mar. É aí que a história de fato começa.
Grace Tormenta é resgatada por um navio com costumes estranhos e acorda diante dos olhos de Lorcan Furey, um misterioso aspirante que não permite que saia da cabine para sua própria segurança. Claro que ela estranha a recomendação, e sendo quem é não tarda a investigar o que naquele navio lhe poderia ser tão perigoso. O que não é exatamente uma boa ideia. Apesar de demorar um pouquinho para descobrir, ela finalmente compreende que os Vampiratas são muito mais que uma lenda.
Enquanto isso outra embarcação resgata Connor. O garoto se recompõe após o choque da separação da irmã e tudo o que ele mais quer é encontrá-la... O que não o impede de fazer amizades, trabalhar duro e descobrir sobre a Academia de Piratas, que se eu não me engano aparece bastante no segundo volume da série. Enfim, ainda que a tripulação do Diablo (navio do Capitão Molucco Wrathe) desacredite o garoto dizendo que sua irmã só pode ter sucumbido diante das águas revoltas, ele tem certeza de que ela está viva e foi resgatada por outra embarcação.
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Vampirates por sonofamortician |
Houve um navio. Outro navio, antes da senhora me resgatar. Saiu navegando da névoa. Um velho galeão. Muito antigo... (...) O navio girou. Mudou de direção no meio do oceano. Como se tivesse parado por algum motivo. Achei que fossem me resgatar. Gritei. Mas ninguém me ouviu. Ninguém me viu. (...) A névoa começou a subir. Vi a figura de proa do navio, uma linda mulher. Era quase como se ela estivesse me olhando. E então o navio enfunou as velas. Eram velas incríveis... Mais parecidas com asas.
Gente, eu tenho uma relação muito especial com esse livro. Conheço-o desde 2010 e já o reli umas três vezes. Os anos passam, mas o encanto não diminui. Imagino que se eu o descobrisse agora, com o título que tem, definitivamente não leria por achar um tanto ridículo e infantil. Mas foi esse exemplar que aparece nas fotos que me fez apaixonar por piratas e, mais ainda, por lutas com espadas e a arte da esgrima. Se hoje leio tantos livros de fantasia medieval com cavaleiros duelando e algumas criaturas mágicas no meio da história, é por conta dessa obra. Justin Somper tem uma narração muito boa, como se o tempo todo estivesse narrando alguma lenda ao redor da fogueira numa noite fria e escura. Refletindo agora, neste exato momento, penso que o livro me lembra bastante o clima de The Rhime of the Ancient Mariner, minha música favorita do Iron Maiden.
A construção dos personagens não é tão profunda, ao menos não no primeiro livro. Como tem poucas páginas, acredito que não seria possível fazê-lo. Essa série é aquele tipo em que vemos os personagens crescendo ao longo de livros, e não em um só volume. Como a narrativa de Justin Somper me fisgou, isso é maravilhoso porque me manteve atrás das continuações. O gancho que Demônios do Oceano deixa para a sequência é tão instigante que você não irá aguentar esperar muito tempo para ler Marés de Terror.
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Captain of Vampirates, por Yuushin7 |





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